Jabo-man.

Talvez um dos maiores homens que eu já conheci. Fisicamente, mentalmente, culturalmente e literalmente falando. Talvez, para alguns, outro professor de matemática. Não, esse não é o Jaborá. Não outro professor; o professor.

Já me disseram que aqueles que são do Vale/Meio-Oeste são grossos e irônicos. As melhores qualidades do Jaborá, na verdade - ora, o que seria das aulas sobre Permutação e Arranjo se ele não fosse "grosso", dizendo um comentário aqui e ali sobre como certo-aluno não conseguia multiplicar 1x2x3x4x5x6? Já me disseram, também, que matemática era inútil e horrível para aprender. Concordo, mas ainda assim, peça se alguém daquela turma gostaria de cabular aula.

Os cantos religiosos - "maceeeete do beeee trocaaaaaaaaadooooo" -, as músicas tocadas no violão, os giz comidos/colocados na boca, a meia apagando o quadro, a lenda do churrasco, as cantadas nas provas - e as respostas dadas das questões também -, poemas, os apelidos carinhosos para Tia aMarga - pelo menos aprendi o nome de 4 tipos de cobras -, as provas de Segunda Chamada para filha dele. - Aliás, pelo que ele passou, o desespero e tudo mais, é porque eu acredito que ele tem um grande espírito. - Tudo isso, talvez nojento e arrogante, memorável. Imprevisível. Se me dissessem que, um dia, eu ficaria tão chateada pela despedida de um professor de exatas, eu duvidaria até a morte. Ao contrário dele, eu estava errada. Ele nunca erra, nunca.

Me disseram uma vez que ninguém é insubstituível. Mas aí eu pergunto, como não? Por que estariam alguns alunos tão deprimidos naquela última aula? Por que, num momento revival, foram lembrados todos os momentos e situações passadas? Por que pediríamos para esse semestre não acabar? Há sim seres insubstituíveis. Não deuses, heróis; pessoas. Humanos.

Os olhos marejados, a garganta apertada, a voz arrastada, a despedida. E as palmas; o reconhecimento. Homens grandes; esses sim são insubstituíveis.

Hoje? Hoje o céu continua lindo.