sexta-feira, 6 de junho de 2008

Qual a coisa mais louca que você fez ultimamente?

De tudo que eu fiz nesses Desseseis anos, eu não me arrependo de nada. Nada. Posso ter errado aqui e ali, errei, tentei consertar, aprendi. Esse crescimento, essas experiências tornam-me uma pessoa tão única, tão madura - ? -, que eu não me surpreendi quando acordei hoje e pensei: "Nossa, são desseseis fucking anos aqui".

De todas os bois que matei pra comer, todas as alfaces de já arranquei pra me alimentar, todas as vacas que ordenhei (nem tanto) pra ter leite para o café, se tem algo que eu lembro foi como eu conquistei tudo que tenho até agora. Nada material. Toda essa emoção, essa felicidade, essa paixão que ora me contraria, ora me faz ter certeza do que eu quero. Isso tudo talvez não faça nenhum sentido pra quem não compartilha, e talvez não faça sentido at all. A força da mente, a capacidade de criar mundos paralelos, os mundos paralelos em si, tornam a coisa tão bela, tão rústica. Sofrível pra quem não compartilha. Estranho. Completo.

Vazio. Foram Desseseis anos acordando, vivendo, batalhando que, se eu analisar aonde estou, eu não estou nem um pouco decepcionada, ou frustrada. Sair da onde eu estava, do nada, do anonimato - que, numa metáfora plausível, seria o canto dos excluídos - e ter amigos incríveis do meu lado, pessoas que me apóiam, me suportam, - de todos os modos que essa palavra pode ser empregada - me conhecem. Completo?

A espontaneidade, a alegria, a loucura, o delírio. Delírio. Demência, inocência, infantilidade. Madura. Adulta.

A parte mais assustadora da vida está chegando. A hora em que eu já não posso mais ir para uma praça e ficar nos brinquedos, nem nessa mesma praça a alimentar os pombos. Não ser jovem o suficiente para viver, nem velho o bastante para morrer. Onde ficar, se não no purgatório? Esperando. E a espera me corrói, me tortura. Não pode ser assim, tem que ser direto; sim ou não. A ou B. Ficar nessa espera, nessa área cinza, é assustador pra porra.

Mais alguns anos e eu estarei com cabelos grisalhos, na porra da área cinza. Não que agora seja tudo claro, apesar de ser mais branco do que preto, mas ainda assim, o desconhecido de assusta. Me fascina.

Qual a coisa mais louca que você fez ultimamente? Eu fiz um texto. Insano. Louco. Uma biografia? Uma recapitulação. Filosofia barata.

Eu também ri e chorei. Parei de viver, andei. Eu voei, cai. - E aqui o clichê se torna extremamente necessário. - Atirei pedras, que numa hora voltaram a me atingir. Mas isso é tudo pretérito perfeito.

Agora? Agora eu controlo. Observo. Típica pessoa que analisa, colhe dados. Falsa? Não, adaptável. Eu adoro, eu abraço. Eu - por mais que eu tente mentir pra mim mesma, não consigo - admito, eu amo. Amo, e fico triste por amar. Me desculpe por amar, e não ter coragem de falar.

E é isso que, nos meus próximos Desseseis anos, busco. Coragem, audácia. Ousadia. Talvez, daqui Desseseis anos, eu entregue essas malditas cartas que eu tanto escrevo e nunca envio. E também, espero que aprenda a mostrar o que sinto, se isso fosse ajudar.

Faltam 75 dias até eu ir embora. Daqui 74 dias, talvez, eu tenha coragem o suficiente pra dizer o que eu penso, o que eu sinto. E vai ser um golpe muito baixo não deixar tempo para resposta.

Qual a coisa mais louca que você fez ultimamente? Eu completei Desseseis anos. E pensar no amanhã é simplesmente... loucura.

Eu duvidei. Do passado, do futuro, de mim, de você. E eu acredito agora. Eu fico triste, me alegro, me divirto. O que é a vida, senão uma Via Crucis? O que é a vida, senão um... circo? Teatro. Pegue seu personagem, vista sua fantasia. Como eu.

Qual é a coisa mais louca que você fez ultimamente? Eu tenho dúvidas. Eu estou na área cinza. Espero sair logo.

2 comentários:

Jo. disse...

E olha a ironia, meu blog é verde e... cinza. ._.L

Desculpem-me pela descarga mental, é que já faz dias que eu preciso descarregar tudo.

E feliz aniversário pra mim :D

Unknown disse...

E tudo que eu tenho a dizer é: obrigada por me deixar fazer parte dessa tua vida e por fazer parte da minha.
te amo jo!
parabéns!