terça-feira, 7 de agosto de 2007

Lembranças do tempo em que se brincava na chuva.

Eu tenho uma tendência de tudo que você pode pensar ser horrível: fotofobia [que, de fato, É horrível], depressão, suicídio e nostalgia. Mas, tirando o primeiro, eu não me sinto nem um pouco mal por ser depressiva-suicida-nostálgica. Pelo contrário, isso só está fazendo-me ver o quanto era feliz e não sabia. Éramos.

Quantas amarelinhas desenhávamos com pedras na calçada da vizinha depois que comíamos banana com farinha láctea? E quantas vezes implorávamos para a mãe ajudar-nos a fazer as experiências que o cientista fazia no X-tudo? As crianças não sabem mais como brincar de pega-vareta sem jogar tudo pro alto; elas não têm paciência. Agora, elas preferem jogos em primeira pessoa, RPG, tudo que faz parte da década tecnológica.

As bicicletas são inúteis; os carros estão aí pra quê? Polícia-e-ladrão não é mais um jogo, e sim a realidade. Pique-esconde, balanço, trepa-trepa, gangorras gigantes de três pessoas sentadas e duas de pé, nada disso faz parte da infância dos que estão condenados a viver num mundo onde "leite vem da caixa", "carne do mercado" e "mãe eu q-u-e-r-o aquele celular que tira foto, toca música, filma, manda mensagem e email, faz sanduíches E faz ligações" serão comuns. Como não apodrecer num mundo assim? Sento nostálgica.

Tenho saudade da minha infância sim, e admito que, se pudesse mudar alguma coisa, não mudaria nada. Eu dou tudo que tenho para que, pelo menos por um dia, minha preocupação seja novamente de tomar banho antes da mãe chegar do trabalho.

Ps: esse texto não é aquele prometido a uma semana, e sim algo que surgiu em um momento de nostalgia.
Pps: eu não sou emo.

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